Missão Desenvolvimento e Valorização do Interior – Dados no Processo de Melhoria Contínua

Missão Desenvolvimento e Valorização do Interior – Dados no Processo de Melhoria Contínua

“Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sabedoria. Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão”. Lao-Tze – V e IV a.C

O que é Melhoria Contínua? “Atividade recorrente para aperfeiçoar o desempenho” – NP ISO900:2015

Sendo a Melhoria Contínua a atividade recorrente para aperfeiçoamento do desempenho, e acreditando que ninguém gosta de ser ignorante, impõe-se as seguintes reflexões:

• Porque é que a maioria das organizações não têm um processo de melhoria contínua, principalmente as Micro e PMEs?
• Porque é que as organizações que têm o sistema de gestão da qualidade, a sua maioria, não utilizam as ferramentas de melhoria contínua, focam-se simplesmente na aprovação da certificação uma vez por ano?
• Porquê é que os gestores (poder decisão) não vêm utilidade nas ferramentas de melhoria contínua?
• A melhoria contínua, as suas ferramentas são difíceis de compreensão ou utilização? Terão que ser simplificadas, adaptadas e responder à questão que todos nós colocamos perante este assunto “… o que é que eu ganho com a melhoria contínua?”

De uma forma simplista e muito resumida, podíamos responder as estas questões dizendo que os gestores não têm uma cultura de melhoria contínua, estão mais focados nos resultados imediatos do que na sustentabilidade e rentabilidade a longo prazo. Mas será?

De acordo com o estudo que efetuei para o 1º Workshop Lean Six Sigma realizado este ano em Bragança, das 150 maiores empresas das Terras Trás-os-Montes, dados de 2019, 52% tinham uma rentabilidade abaixo da média nacional e 50% abaixo da média regional, 41% com rentabilidade <1% e 25% com rentabilidade negativa, verificar quadro do estudo.

Não acreditando que os gestores querem ter empresas com rentabilidades baixas ou mesmo negativas, e acreditando que a melhoria contínua torna as empresas mais eficazes e eficientes, logo a sua rentabilidade será melhor, porque é que não conseguimos responder à questão que qualquer gestor e ou colaborador coloca “… o que é que eu ganho com a melhoria contínua?”

Todo o gestor gosta de ver resultados, são os resultados que o orientam para as suas decisões. Estes resultados vêm de dados e factos concretos. Quando o processo de melhoria contínua não consegue gerar dados que possam mostra a sua evolução (resultado da melhoria), o gestor não terá a informação que precisa para responder à sua questão.

Mais que “vender” uma cultura, mais que “vender” ferramentas de melhoria contínua, o processo de melhoria contínua tem de ser capaz de “vender” resultados. Cabe a nós agentes da melhoria contínua, impulsionadores das suas ferramentas, implementar processos de melhoria contínua e medi-los para gerar dados de progressividade da sua melhoria.

Muitas vezes estes dados já existem na própria organização, são transmitidos como Indicadores Chaves de Desempenho (KPI – Key Performance Indicators). Temos que criar dinâmicas de interação com estes indicadores, têm de ser parte integrante do processo de melhoria contínua e criar Indicadores de Performance das Equipas (TPIs – Team Performance Indicators) que ajudem a atingir os KPIs.

Este será o primeiro e principal passo para conseguirmos responder à questão “… o que é que eu ganho com a melhoria contínua?” Respondida esta questão e com dinâmicas de avaliação periódica ao processo de melhoria contínua, a cultura virá naturalmente pelo sentimento de recompensa, o gestor vai sentir a sua mais-valia para a organização.

Lembremo-nos que:  A filosofia = soma de tudo o que sabemos + as decisões que tomamos com a informação que temos.

Antes de criar uma visão (propósito) temos que criar uma filosofia. É a filosofia organizacional que traça o caminho da organização, mas esta tem de ser alimentada pelas decisões dos gestores, essas decisões são geridas com base na informação que o gestor tem, ou seja, com dados, factos e objetivos concretos.

“Dêem-me dados, em conjunto ajudo a criar uma visão “Sol”, a traçar o caminho, a criar objetivos e a ultrapassar os obstáculos, logo, juntos contruímos um processo de melhoria contínua” – Mário Borges