O apelo do Interior tem ganho adeptos mas a covid-19 foi o click que faltava para muitos
Um dia, há uns meses, Mário Borges Fernandes e a mulher, Alexandra Paz, pensaram que era tempo de voltar a casa, mais propriamente a cidade de Bragança.
O casal, que vivia na zona de Lisboa, se o pensou melhor o fez. A covid-19 acelerou tudo, porque a empresa onde Mário trabalhava entrou em restruturação. Era o momento de retornar ao Interior. Estão a mudar-se e em fase de instalação na cidade transmontana. Ela, da área da Informática, está em teletrabalho, e ele, licenciado em Gestão Industrial, trouxe na bagagem um processo empresarial inovador na região, onde o quer difundir, que passa por uma nova maneira de olhar para a gestão. Vai lançar-se como freelancer na área da Metodologia Lean Six Sigma, muito utilizada nas zonas industriais de Porto, Aveiro, Lisboa e Setúbal.
“É uma metodologia que iniciou com a Toyota e existem várias instituições que a divulgam, como o Kaisan Institut. Eu venho divulgar e espalhar esta metodologia que ajuda na parte dos processos as empresas a serem mais eficazes e eficientes no processo produtivo. No fundo a ideia é tornar as empresas mais competitivas”, descreveu Mário Fernandes.
O casal aproveitou os vários avisos do Programa de Valorização do Interior, como o “Emprego Interior MAIS” e o “Mais CO3SO Emprego” através do Instituto do Emprego e Formação Profissional.
Estão dispostos a re-experiênciar a vida em Bragança, onde Alexandra estudou desde o ensino primário ao superior, e onde estão as raízes familiares de Mário.
Na bagagem trouxeram também novos olhares, novos conhecimentos, fatores que podem ser a pedra de toque e fazer a diferença. “Quando pensámos em mudar, comecei a analisar varias hipóteses, a estudar o mercado e a ver as possibilidades. O que havia e o que não havia. Esta metodologia no Interior não é conhecida. Existe a Faurecia, que impulsiona algumas novas metodologias e ferramentas no processo de melhoria continua, mas nas reuniões que faço com as entidades, como associações empresariais, não é conhecida. Mesmo no ensino, onde se fala de algumas ferramentas Kaisen, que são implementadas em projetos de final de curso, mas depois não há seguimento. [ … ]